Aplicativos como o Tinder, o Happen e o Badoo passaram a ser vislumbrados por pessoas mal-intencionadas como uma grande oportunidade de praticarem fraudes financeiras. O modus operandi consiste nos golpistas construirem um relacionamento de confiança (amizade ou namoro). Em seguida o golpista afirma que trabalha com investimentos e que poderia auxiliar a vítima a obter sucesso no mercado financeiro. Logo são indicadas plataformas fraudulentas, muitas vezes valendo-se de exchanges/corretoras respeitáveis ​​como intermediárias para a vítima efetuar a transferência, por exemplo, de criptoativos.

O falso corretor se passa por um profundo entender do assunto e sempre demonstra sua disposição em ajudar a futura vítima a crescer financeiramente. Oferecendo informações privilegiadas e recomendações de investimento, aos poucos o golpista vai adquirindo a esperada confiança ao passo em que suas ofertas vão se tornando tentadoras. Quando as vítimas buscam maiores informações em redes sociais ou sites dessas corretoras, aparentemente legítimos, deparam-se com falsos relatos de seguidores que afirmam o recebimento dos lucros prometidos. É bem comum que a vítima mantenha investimentos iniciais de pequeno porte para verificar as operações da plataforma. Porém, os criminosos também conhecem os hábitos e comportamentos desses investidores e os retornos financeiros são pagos conforme prometido nesses primeiros investimentos. Com efeito, uma vez que a corretora demonstra ser inteiramente confiável, a vítima investe cada vez mais dinheiro por acreditar nas operações, gráficos e informações indicadas nessas plataformas. A vítima também acaba realizando o pagamento dos valores exigidos, somando-se os importes aos valores de investimento que não serão devolvidos de forma alguma (pelo menos, não serão devolvidos sem o ajuizamento de uma ação nos Tribunais).

Os golpistas criam plataformas de apostas em times, cavalos entre outros, com valores simbólicos no início. Logo após, manipulam os resultados para que o apostador seja contemplado. Após as primeiras contemplações, a vítima é convencida a entrar em negociações de valores cada vez mais altos e consequentemente, prêmios mais altos também. Nesse momento, a plataforma deixa de pagar o prêmio aos apostadores e muitas vezes emite uma nota oficial no aplicativo pedindo para que os apostadores aguardem alguns dias, até que a plataforma desaparece da internet.

A vítima recebe um convite por meio das redes sociais para participar de um grupo de investidores e são convencidos a investir e plataformas de aposta ou investimentos de alto risco. Nesse grupo, a vítima é induzida a investir alto para que o seu lucro seja mais alto. Os participantes do grupo também são incentivados a convidar novos investidores, se assemelhando com o golpe da pirâmide financeira. Geralmente, os administradores dos grupos possuem fotos falsas, nome e números de whatasapp estrangeiros.

Altos rendimentos são oferecidos com a mineração de bitcoins, onde ocorre o processo de criação de novos bitcoins, o que se mostra mais lucrativo do que a negociação das criptomoedas em corretoras.

Os golpistas criam suas próprias plataformas de gestão de criptomoedas para fins de operação do esquema dePonzi (popularmente conhecida como pirâmide financeira). A propósito, temos notado diversas campanhas de divulgação dessas plataformas aparentemente lícitas por atores, cantores ou mesmo youtubers nacionalmente reconhecidos, tão somente para transparecer a confiabilidade do negócio proposto. Com efeito, as futuras vítimas, atraídas pelas promessas ilusórias de altas rentabilidades, acabam investindo suas economias para fins de aquisição de criptomoedas que, em alguns casos, nem mesmo existem. Seja como for, as plataformas prometem um suposto aluguel dessas criptomoedas enquanto a empresa afirma que estará realizando operações com elas. No início, os valores até são pagos corretamente, conforme as datas estipuladas. No entanto, na medida em que os investidores realizam aportes consideráveis ou que a redução do número de novos clientes inviabilize a sustentação da fraude, os fraudadores cessam os pagamentos das rentabilidades prometidas sob os mais diversos argumentos. Geralmente, alegam infortúnios internos, reestruturação administrativa, problemas que já estariam sendo resolvidos em sua rede e tantos outros argumentos genéricos que servem apenas para ganhar tempo, seja dilapidando ou ocultando o patrimônio obtido. Em alguns casos, também oferecem propostas de acordos que – ainda que firmados – não serão cumpridos de modo algum. A vítima acaba perdendo um tempo precioso para buscar a efetiva reparação dos danos causados, consolidando assim os prejuízos de ordem material e moral.

Os criptoativos ficam armazenados em uma carteira virtual, no computador ou no celular do investidor. Os criminosos criam aplicativos falsos apontando as possibilidades de conversão de criptomoedas. O usuário consegue fazer todas as movimentações, mas são impedidos de sacar os valores, no momento que eles desaparecem.

O usuário deve criar um cadastro na página dos golpistas e pagar por determinados pacotes de investimento, como por exemplo ouro, prata e diamante. O capital das vítimas não é utilizado para qualquer investimento, mas para aumentar a conta bancária dos proprietários da página que em um curto prazo de tempo, desaparecem com os fundos captados.

Os golpistas se utilizam de phishing envolvendo anúncios falsos que pedem as chaves das carteiras de NFT’s ouseed phrases – frases de segurança – de 12 palavras (um sinal de alerta). Também há os falsos pop-ups maliciosos operando Discord, telegrama e em fóruns públicos, levando páginas de logins que parecem verdadeiras, como da Metamask e outros sites populares. Com o acesso dessas informações através de phishing, ele pode roubar todas as criptomoedas e NFT’s da sua carteira digital.